ESTUDO 11
Pergunta 13: Nossos primeiros pais
permaneceram no estado em que eles foram criados?
Resposta: Nossos primeiros pais, tendo liberdade
para exercer a sua própria vontade, caíram do estado em que eles foram criados,
pois pecaram contra Deus1.
Pergunta 14: O que é pecado?
Resposta: Pecado é qualquer desejo contrário à lei de
Deus, ou transgressão da mesma2.
Pergunta
15: Qual foi o pecado por meio do qual nossos
primeiros pais caíram do estado em que foram criados?
Resposta: O pecado por meio do qual nossos primeiros
pais caíram do estado em que foram criados foi o fato de terem comido do fruto
proibido3.
1. Vendo a
mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore
desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao
marido, e ele comeu (Gênesis 3:6). Eis
o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas
astúcias (Eclesiastes 7:29).
2. Todo
aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a
transgressão da lei (I João 3:4).
3. Veja acima (Gênesis 3:6).
Deus criou o homem num
estado de inocência. Ele era a verdadeira imagem de Deus, em conhecimento,
justiça e santidade, mas ele não permaneceu naquela condição abençoada. Deus
apresentou diante de nossos primeiros pais duas alternativas. Por um lado,
havia o caminho da obediência perfeita, o qual conduziria à vida eterna: “aquele que observar os seus preceitos por
eles viverá” (Gálatas 3:12). Mas, por outro lado, havia o caminho da desobediência,
o qual conduziria à morte: “mas da árvore
do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela
comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2:17). Nós podemos concluir então
que nossos primeiros pais “tinham liberdade para exercer a sua própria
vontade”. Isto significa que nossos primeiros pais tinham duas coisas
importantes:
(1) Eles tinham liberdade para trilhar o caminho da obediência para a vida, ou o
caminho de desobediência para a morte. Nós dizemos que eles tinham liberdade
porque não havia ninguém forçando-os a escolher qualquer dos caminhos. Nem
sequer Satanás pôde forçá-los a fazer o que ele queria que eles fizessem. Ele
poderia somente tentá-los.
(2) Eles tinham habilidade para escolher uma das duas alternativas. Em outras palavras,
eles tinham poder dentro deles (porque Deus os tinha criado com o poder) para
fazer o bem ou o mal. Como veremos em nossos próximos estudos, foi este poder
ou habilidade para fazer o bem ou o mal que foi completamente perdido na queda
do homem. Depois do primeiro pecado, Adão e todos os seus descendentes
permanecem com liberdade para fazer o bem ou o mal, mas eles não têm poder para
fazer qualquer coisa boa. Neste sentido podemos dizer que eles perderam “a
liberdade de exercer a própria vontade” que eles tinham originalmente. Quando
dizemos que o “homem tem livre arbítrio”, isto se refere ao fato que o homem
não é forçado a fazer o mal por alguma coisa (ou alguém) fora dele. Mas é
incorreto dizer que o homem, na sua condição caída, ainda é capaz de fazer o
bem, pois “todos se extraviaram, à uma se
fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Romanos
3:12).
Este
estudo ensina que a “história” de Adão e Eva é verdadeira, e isto é muito
importante para os nossos dias, pois muitos falsos mestres negam o que a Bíblia
diz a respeito deste assunto. Por exemplo, estes mestres podem até dizer que
crêem que há verdade na história de Adão e Eva, e que a aceitam. E eles a
ensinam a outros. Mas o que eles querem dizer com isso? Será que eles querem
dizer que houve um homem chamado Adão que viveu em um período particular, e que
de fato comeu da fruta de uma árvore contra a ordem direta de Deus? Não! Na
verdade, eles acreditam na “história” de Adão como sendo verdadeira da mesma
forma que as Fábulas de Esopo (por exemplo, “O Cisne Confundido com o Ganso”)
são “verdadeiras”. “Verdade”, na linguagem dos modernistas, não significa que
algo realmente aconteceu, e sim que eles vêem algum tipo de “lição na
história”. Em outras palavras, para o modernista, a história de Adão comendo o
fruto proibido não é nada mais do que um mito, ou fábula, que expressa (na
forma de uma parábola) o que acontece na experiência de todos os homens. Para
eles não é o relato do que realmente aconteceu. Em vez disso, é um tipo de
“história” que está acontecendo todo o tempo com as pessoas. A razão para esta
visão falsa é, na maioria das vezes, devido ao ensino da evolução e de outras
interpretações falsas que buscam explicar a existência das coisas sem Deus! Mas
nós acreditamos na história de Adão e Eva, e na queda deles, como sendo
verdade. Jesus aceitou esta narrativa como verdadeira (“Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio,
os fez homem e mulher” - Mateus 19:4), bem como o apóstolo Paulo (Romanos
5:12-21).
Se nós lermos novamente
a narrativa do primeiro pecado (Gênesis 2:17; 3:1-8), podemos concluir que
somente Deus tinha o direito de dizer “isto é certo” ou “isto é errado”. E a
única maneira de Adão discernir com certeza o certo e o errado era permanecendo
fiel à palavra de Deus (Gênesis 2:17). A única regra que Adão tinha para
discernir corretamente o certo e o errado era o mandamento de Deus. É por isso
que Satanás concentrou o seu poder de tentação neste ponto. Satanás disse
"É certo que não morrereis"
(Gênesis 3:4). Em outras palavras, ele tentou Adão a pensar que a palavra de
Deus não deveria ser aceita como a única regra segura. Ele tentou Adão para que
pensasse que ele poderia decidir sobre o que era melhor para ele. Para
expressarmos isto de outra maneira, deixe-nos dizer que: (1) para Deus, pecado
é “qualquer desejo contrário ou transgressão da lei de Deus”; (2) a sugestão de
Satanás a Adão era que pecado deveria ser definido como “qualquer coisa que é
prejudicial ao homem”. Estas ainda são as únicas duas definições de pecado.
Pecado é “o que é errado porque Deus diz”, ou “o que é errado porque nos
prejudica”. Claro que, com a falsa definição de pecado, nós nunca descobrimos
realmente quão grande é o nosso pecado. Além disso, mundialmente não há um
acordo entre os homens sobre este assunto. O que parece prejudicar um homem não
parece prejudicar outro. Algo que parece um pecado para um homem não parece um
pecado para outro.
Mas com a definição de
Deus de pecado, sabemos exatamente qual deve ser a nossa posição. A regra é a
mesma para todos os homens. E como você notará na ilustração abaixo, há dois
tipos específicos de pecado. Por um lado (desenho à esquerda), há os pecados de
omissão, consistindo em “desejo contrário à lei”. Quando temos uma tarefa
para executar e não a executamos, nós desobedecemos a lei de Deus: “Aquele que sabe que deve fazer o bem e não o
faz nisso está pecando” (Tiago 4:17). Nós somos culpados porque nós não
fizemos o que Deus exige que façamos. Muitas pessoas nunca pensam sobre isto,
quando eles pensam no pecado. Eles pensam no outro tipo de pecado (que é o
pecado de comissão), isto é, como eles não roubam, não matam, não falam
palavrão, eles imaginam que eles não são grandes pecadores. Porém, eles podem
ser grandes pecadores porque eles não adoram Deus, e porque eles não mantêm o
Sábado santo, etc.
Por outro lado, no
desenho à direita nós vemos que o pecado também pode ser “transgressão da lei
de Deus”. Isto significa que nós também somos culpados porque nós fazemos as coisas
que Deus não quer que façamos. O pecado de Adão, comendo o fruto proibido, foi
um exemplo de transgressão.
Se nós nos lembrarmos
desta definição de pecado, perceberemos que o pecado de nossos primeiros pais
realmente foi um pecado terrível. As pessoas às vezes dizem que não dá para
entender como um pecado “pequeno” (igual ao de um menino que come uma maçã da
árvore do vizinho) pode ter levado a um resultado tão terrível (isto é,
expulsão do Jardim, morte, e até mesmo o inferno). Quando vemos que aquele
pecado é um “desejo contrário, ou transgressão da lei de Deus”, isto é, quando
percebemos que aquela atitude de Adão foi contra o grande, bom e santo Deus,
concluímos que a punição aplicada foi justa. Pessoas que falam desta maneira
sobre o pecado demonstram que elas não estão enxergando o pecado corretamente,
uma vez que devemos enxergar o pecado como tendo sido cometido em relação a
Deus e à Sua lei. Quando paramos e pensamos (1) que Adão agiu contra o
mandamento de um Deus santo, (2) que ele agiu daquela maneira mesmo tendo
completa liberdade e habilidade para fazer o certo, e (3) que ele foi prevenido
das conseqüências terríveis da desobediência, então nós vemos o quão grande foi
aquele pecado.
Perguntas:
1. Quais foram as duas alternativas
diante de Adão?
2. Quais são os dois elementos da
liberdade da vontade de Adão?
3. Quais deles nós não temos?
4. Os modernistas acreditam que a
história de Adão é verdade? Explique.
5. Por que nós devemos nos prevenir
contra o ensino modernista sobre Adão?
6. Quais foram as duas visões de
pecado que Adão teve que optar?
7. Quais são os dois tipos (reais)
de pecado?
8. Dê um exemplo de cada.
9. Por que muitas pessoas não
percebem que eles são pecadores culpados?
10. Por que é errado dizer que o
pecado de Adão foi “pequeno”?
11. Mencione algumas razões para sermos firmes em
concluir que o pecado de Adão foi um grande pecado.
Fonte: G.I. Williamson,
O Catecismo Menor, Vol.1, Presbyterian and Reformed Publishing Co., E.U.A.